Câncer de pulmão: os desafios do tratamento diante da alta letalidade

O câncer de pulmão é a neoplasia mais letal no mundo e uma das mais incidentes também.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer, ele é o terceiro mais comum em homens (com mais de 18 mil casos novos por ano) e o quarto em mulheres (14.540 casos novos) no Brasil, sem contar o câncer de pele não melanoma.

Apesar disso, esse número vem diminuindo desde meados da década de 1980 entre homens e desde os anos 200 entre mulheres, motivado, principalmente, pela cessação do tabagismo, que é responsável por até 85% dos casos diagnosticados.

Outro fator de risco para a doença é a exposição a agentes carcinogênicos, como arsênico, berílio, asbesto e cádmio. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, entre 17 a 29% dos casos de câncer de pulmão estão relacionados à exposição ocupacional.

Continue lendo para saber mais e entenda os principais desafios no tratamento dessa neoplasia.

A alta taxa de letalidade do câncer de pulmão

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, o câncer de pulmão é a principal causa de morte por neoplasias, com uma média de 1,8 milhões de óbitos ao redor do mundo por ano.

Isso representa cerca de 19% de todas as mortes por câncer. Um número altíssimo que levanta muita preocupação entre pacientes e os profissionais de saúde.

No entanto, ao contrário do que muitos pensam, o problema não é apenas a seriedade da neoplasia, mas o diagnóstico tardio.

Ainda segundo o INCA, a taxa de sobrevida relativa média em cinco anos para essa neoplasia é de 18%.

Por outro lado, quando diagnosticado em estágio inicial, esse número sobe para 56%. Infelizmente, apenas 16% dos tumores são detectados nessa fase.

Isso se dá por diversos motivos, normalmente está ligado com a falta de conscientização sobre a doença, confusão com os sintomas iniciais, que são similares a outras doenças respiratórias, medo do diagnóstico e acesso limitado à saúde.

Desafios no tratamento do câncer de pulmão

O tratamento de câncer de pulmão é repleto de desafios. Entre eles está a dificuldade no acesso a técnicas avançadas, que ainda não são acessíveis para todos, especialmente para aqueles que dependem do Sistema Único de Saúde.

Como consequência, grande parte dos cuidados é feito com quimioterapia, que conta com efeitos colaterais severos, como náuseas, fadiga, perda de cabelo e redução na contagem de glóbulos no sangue, e não tem um alto índice de sucesso. Isso faz com que muitos pacientes desistam do seu tratamento.

Outros desafios do câncer de pulmão é a sua complexidade, especialmente em casos mais avançados. A cirurgia, por exemplo, só é indicada para as fases iniciais, o que exclui quase 75% dos pacientes.

Avanços na luta contra o câncer de pulmão

Apesar de ainda não ser acessível para todos, a luta contra o câncer de pulmão teve grandes avanços nos últimos anos.

Um deles é a imunoterapia, que ativa o sistema imunológico do paciente para combater a doença.

Também existe a terapia-alvo que, por meio da análise molecular, cria medicamentos personalizados que atingem apenas as células responsáveis pelo crescimento do tumor. Assim, se reduz consideravelmente os efeitos colaterais.

As cirurgias robóticas também é um avanço, permitindo a retirada dos tumores em fases iniciais de forma rápida e sem grandes traumas na região.

Além disso, o diagnóstico do câncer de pulmão também avançou. Antigamente, realizava-se raio-x da área, o que identificava apenas tumores maiores. Hoje em dia, utilizam-se tomografias com baixa dose de radiação que são mais eficazes e assertivas.

Continue no nosso blog para saber mais sobre neoplasias e leia: Como o atraso no tratamento para câncer impacta a vida dos pacientes?

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